É democrático e cívico aceitar o
resultado das urnas. Quando Aécio e o PSDB fizeram balburdia
com esse papo de fraude pós-derrota em 2014, fui rápido em criticar. Da mesma forma,
aceitei as urnas em 2018, a despeito de lamentar. Ou seja, votar no Bolso era
direito de qualquer um. Contudo, não é possível entender alguns defenderem ou
eufemizarem os absurdos do presidente. O representante da nação teve coragem de
relativizar a maior vergonha humana, a fome. Afirmar que não há fome no Brasil é
um absurdo tão grande que deveria deixar todo mundo envergonhado. Pior que
isso, alguns de seus defensores, para justificarem ou sei lá o quê, publicaram os
dados da grande miséria no Brasil e depois, ironicamente, perguntaram: "a
fome não tinha acabado?". Caiam em
si, parem de sandices! Exatamente por pessoas passarem fome no Brasil, a
fala do presidente é odiosa. E mais, mesmo que retoricamente, qualquer
presidente afirmaria em seus projetos lutar contra a fome e nenhum governo em
sã consciência desdenharia desse assunto tão grave. A luta contra a fome nunca
zerou sua existência e reconhecê-la é o caminho mínimo, primeiro passo óbvio,
para demonstração de preocupação e possíveis ações. Dizer que ela não existe é
desumano, imoral e grave pecado. Rir da morte, ironizar o
desumano e encobrir o que há de pior nas relações sociais é desconsiderar a
preocupação divina e sua clara defesa pelos direitos dos miseráveis. E aos pastores e
pastoras próximos ao presidente e inseridos em seu governo, por favor, sejam
fiéis ao evangelho e aproveitem o lugar no qual estão para, de alguma forma, iluminarem
consciências.
O mesmo presidente da república, sem qualquer reserva, subestimando todo mundo, inclusive seus eleitores e eleitoras, vai às redes sociais e faz uma live e diz que favoreceria seu filho e, mesmo que não votassem mais nele, daria cabo ao projeto de indicar Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington. Isso deveria deixar a todos estupefatos e revoltados, porque representa o mais nítido nepotismo e desrespeito! Mas, pelo contrário, alguns dizem: "mas ele é mito! Ajuda a família e não esconde". Por outro lado, há um silêncio conivente em relação à luta do seu outro filho, Flávio Bolsonaro, contra os avanços da investigação no caso do seu ex-assessor Queiroz (lembrando que ele próprio também empregou vários parentes). Em suma, aberrações brotam no governo e os eleitores do PSL preferem zombar dos críticos e fazem sinal de arminha, "lacrando".
O mesmo presidente da república, sem qualquer reserva, subestimando todo mundo, inclusive seus eleitores e eleitoras, vai às redes sociais e faz uma live e diz que favoreceria seu filho e, mesmo que não votassem mais nele, daria cabo ao projeto de indicar Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington. Isso deveria deixar a todos estupefatos e revoltados, porque representa o mais nítido nepotismo e desrespeito! Mas, pelo contrário, alguns dizem: "mas ele é mito! Ajuda a família e não esconde". Por outro lado, há um silêncio conivente em relação à luta do seu outro filho, Flávio Bolsonaro, contra os avanços da investigação no caso do seu ex-assessor Queiroz (lembrando que ele próprio também empregou vários parentes). Em suma, aberrações brotam no governo e os eleitores do PSL preferem zombar dos críticos e fazem sinal de arminha, "lacrando".
Como se não bastasse, de forma
irresponsável, o presidente eleito, sem qualquer averiguação prévia, desmente o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento da
Amazônia. Deixando de lado qualquer decoro, ele simplesmente joga à plateia:
"o INPE está a serviço de alguma ONG", “tenho convicção que os dados
são mentirosos”. Como o Bolso tem coragem de declarar isso!? Vejam, o mundo
todo compra e vende, negocia e faz embargos econômicos, levando em consideração
o tema da sustentabilidade. Por incrível que pareça, mesmo assim, seus antigos
eleitores ovacionam sua resposta. Como em um filme de terror, outras cenas
tenebrosas vão jorrando: fala sobre os nordestinos, perseguição ao governador mais
bem avaliado em pesquisas atuais (Flavio Dino), suspensão dos contratos com
sete grandes laboratórios públicos para produção de 19 remédios de distribuição
gratuita pelo SUS (o que prejudicará 30 milhões de dependentes), a ameaça de
redução da multa de 40% do saldo do FGTS paga a trabalhadores demitidos sem justa
causa etc. E pior, o presidente errou (ou mentiu) ao falar que a multa de 40%
do FGTS foi criada pelo ministro Dornelles, no governo FHC, porque tal direito
trabalhista foi imposto pela Constituição de 1988! Na verdade, no mandato de
FHC foi criado um adicional de 10%. Ainda sobre esse grande equívoco, Bolso diz
que por causa dessa multa “o pessoal não emprega mais”. Como isso é possível!?
Esse tipo de resposta sobre o desemprego no Brasil seria aceito em grupos do
Zap, mas nunca deveria vir de um presidente! E mesmo assim, parte do seu
eleitorado continua tratando como se nada estivesse acontecendo ou, pior, corroboram
com seus disparates.
Seria arrogância? Ignorância?
Insensibilidade? Não sei bem! Todavia, essa relação religiosa com o Bolso transformou
brasileiros em eternos eleitores. Se você foi crítico aos governos anteriores e
sempre se escandalizou com o protecionismo político de alguns eleitores do PT,
não se permita cair no mesmo erro. Pelo bem do Brasil, não importa em quem você
tenha votado, agora é tempo para averiguar, exigir posturas dignas, projetos e
respeito!