segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Em quem votar para Presidente da República?


Qual o modelo deveria ser a régua para nossa avaliação na escolha do presidente do Brasil? Antes, permitam-me indicar um detalhe. Descriminalização do aborto, liberação das drogas, casamento entre pessoas do mesmo sexo e outros pontos tão caros para muitos dos evangélicos que falam em defesa da família e bons costumes não são assuntos a respeito dos quais o presidente da república tenha decisão prioritária ou possa impor sobre uma nação. Esses temas são geridos em outras instâncias. Por isso, meus apontamentos estão relacionados ao papel do chefe de governo. Sob sua competência está a administração federal, criação de políticas públicas, programas governamentais, etc. Como Chefe de Estado, o presidente é o representante internacional de uma nação, função importantíssima que exige diversas estratégias e sabres.

A partir disso, o Presidente da República, em minha opinião, deve ter estas características:

1. Aptidão comprovável para administrar um país, o que exige, no mínimo, conhecimentos básicos a respeito da nação e seus dilemas sócio-políticos;

2. Um bom histórico na política: quais projetos aprovados? Como foram seus votos enquanto parlamentar? Quais foram seus planos de governo ou a quais se aliou? Como foi sua atuação em ministérios ou outros cargos públicos? Algumas das perguntas só poderão ser respondidas caso tenha experiência política ou em qualquer cargo público;

3. Não esteja envolvido com nenhum esquema de corrupção, não tenha se aliado a ninguém envolvido em estratégias ilegais ou legalmente imorais. Não ter sua campanha dependente de nenhuma grande corporação ou setor privado e, também, não deve estar vinculado a nenhuma bancada ou frente parlamentar devedora ou defensora de interesses particulares ou suspeitos;

4. Tenha projetos realmente aplicáveis, saiba de políticas públicas, especialmente para alcançar às pessoas mais frágeis. O candidato precisa ter maior sensibilidade à pobreza, fome, desemprego, etc. e apresentar claramente como desenvolverá ações a curto e longo prazo em benefício dos cidadãos mais empobrecidos e em situação de exclusão social;

5. Possua conhecimento do funcionamento político, da economia brasileira e tenha coragem para fazer as reformas necessárias: tributária, política, previdenciária (não aquela prevista pelo Temer) e agrária;

6. Defenda o Estado Democrático e proponha políticas maduras de preservação de direitos e restrinja sua violação.

8. E, por fim, tenha condições para representação internacional, sabendo cumprir acordos, desenvolvendo autonomia para negociação, não se submetendo a interesses internacionais a ponto de ferir os nacionais e seja uma figura minimamente aberta e preparada para o diálogo com o mundo.

Com esses indicativos posso avaliar os pontos fracos ou fortes do presidenciável em quem votarei. Caso faltem-lhe muitos desses indícios, preciso repensar com calma a quem dispensarei minha confiança ou defenderei em espaços públicos.

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