terça-feira, 9 de novembro de 2010

Enquanto a carta aos Gálatas não é lida... O legalismo ainda é um problema na Assembleia de Deus




Depois dessa exposição da Carta aos Gálatas, mesmo faltando o último bloco, sou motivado a fazer algumas reflexões sobre um fenômeno ainda bem presente nas Assembleias de Deus: o legalismo. Talvez os fíeis das grandes capitais achem estranho essa minha afirmação. No entanto, esse vírus, diagnosticado através dos conhecidos “usos e costumes”, ainda tem infectado muita gente, especialmente no interior do Brasil, inclusive onde moro. Penso ser possível interpretar essa postura à luz do caso da igreja na Galácia, onde, como percebemos nas exposições feitas nos posts anteriores, alguns intrusos ensinavam a necessidade da observação da Torah, juntamente com a fé em Cristo, para Justificação.

Essa valorização da Lei por parte dos legalistas infiltrados na igreja da Galácia do norte, tem pressupostos e detalhes bem diferentes em relação ao legalismo ainda presente em algumas igrejas assembleianas. No entanto, quando alguém é retirado da comunhão por desobedecer algumas regras legais de estatutos locais, ou seu batismo é condicionado pela aceitação ou não de um conjunto de costumes (modo de se vestir, maneira de uso do cabelo, prática ou não de esportes etc.) no fundo, mesmo que despercebidamente, coloca-se o sacrifício de Cristo lado a lado com questões culturais ou caprichos regionais. Isso é tratar a tradição “usuística” da Assembleia de Deus como possuidora de mais poder de perpetuidade do que a própria Torah, porque esta em Cristo já não tem qualquer função legal segundo o apóstolo Paulo (Gl 3, 19-25), enquanto aquela é preservada nas comunidades assembleianas ou em denominações delas oriundas. Como se o legalismo institucionalizado veterotestamentário tivesse menos perenidade do que o assembleiano.

Não quero ser injusto, sei que em muitos locais essa questão está bem definida, mas ainda encontramos em todo Brasil várias pessoas perdendo direitos alcançados unicamente por Cristo, por não se submeterem às regrinhas tradicionais da congregação onde reúnem. Dois desses são o batismo e ceia, símbolos da manifestação da graça de Deus. Se a participação nesses sacramentos estiver condicionada à aceitação ou obediência às normas estatutárias, não estaria havendo uma desqualificação do sacrifício de Cristo, única razão que permite alguém fazer parte ou não desses ritos cristãos, como exortou o apóstolo em Gálatas? Não estaríamos, em algum nível, caindo da graça (Gl 5,4), porque acabamos encontrando nossa legitimação e aceitação em obediências legalistas?

O grande problema não está na superfície da afirmação desses “usos e costumes” como manifestações da identidade assembleiana, mas nas consequêcias teológicas do ladeamento desses componentes da construção de identidade à fé ou ao sacrifício de Cristo. Todos dizem, até os mais legalistas, que esses “costumes” não salvam, mas alguns acabam excluindo, disciplinando e tirando da comunhão dos salvos aqueles que não obedecem tais regras.

Assim, sou induzido a afirmar que ainda vivemos o desafio do apóstolo Paulo. Enquanto ele tinha problemas com a tradição judaica, nós aqui temos com a tradição assembleiana. Minha preocupação está no fato de que as implicações teológicas daquela tradição são diretas e explícitas, enquanto dessa são sorrateiras e enganosamente inofensivas.

21 comentários:

  1. sou assembleiano á 30 anos,não acho essa igreja
    tão legalista,como disse o nobre comentador,vejo a assembleia de Deus,uma igreja equilibrada,até bastante flexivel,mas tem sofrido muitas adversidades,quanto mais sofre com as murmurações de seus inimigos,continua crecendo,OREMOS PELAS IGREJAS NO BRASIL E FORA DELE.

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  2. Olá Anônimo,

    Nós temos avançado muito, mas ainda encontramos resquícios, em alguns locais, do chamado legalismo. Como citei, ainda tomamos decisões e aplicamos punições à luz ou embasados num conjunto de leis. Julgamos, disciplinamos e corrigimos, em muitos lugares, com um estatuto em mãos; ou isso não acontece? Quantos nesse país foram, são e serão punidos por atingirem algum ponto do grupo de regras (leis) de um estatuto local? Isso não é legalismo? Sim é! Claro que isso está mudando. E talvez na tua comunidade não haja isso, mas ainda é bem comum em várias outras regiões. O equilíbrio, que o nobre comentador anônimo (na próxima vez pode se identificar, pois sempre estarei aberto às posições contrárias) se refere, deve estar não nas muitas ou poucas regras ou determinações legais de uma congregação, mas no amor, na justiça e na valorização incondicional da graça, como bem explicou Paulo em Gálatas.

    Se ainda não leste os outros textos desse blog sobre Gálatas, convido-te a lê-los e entenderás ainda mais a razão desse texto que comentaste.

    No mais, devemos mesmo orar e também instruir em amor e sinceridade as Igrejas de todo o Brasil e fora dele.

    abraço

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  3. Em nome destes tais de "bons costumes" muitas vidas tem sido jogadas fora das igrejas.
    Para quem deseja se libertar do legalismo antibiblico das assembléias (também congrego na assembléia) indico os livros: É proibido - o que a Bíblia permite e a igreja proibe, autor: Ricardo Gondim e Livres para amar do Pr. assembleiano Rikk Watts.

    Pb. Edinei, Th.B

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  4. Gostei do post.Sou assembleiana, moro em São Paulo. Pior do que o legalismo na igreja, que ainda EXISTE SIM, são as diferenças entre as igrejas de uma mesma denominação e ministério.Em uma, pode-se tudo, em outra,tudo é proibido.Deveria haver um padrão, afinal é o mesmo ministério.Isso realmente eu não entendo.
    Em algumas igrejas,não se pode nem comemorar o Natal, em outras, faz-se peças teatrais, jograis e etc.Por que??????

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  5. Tempos atrás se dizia: Quando esses legalismos deixarem de existir a Igreja vai melhorar e não vai mais perder tantos membros. Resultado: já não se liga para quem usa batom, corta e tinge os cabelos. As moças andam de calças compridas e a maquiagem está "liberada" (ao menos por aqui só não se vai se calça aos cultos, mas nas outras atividades...). Mas, e aqui está a grande questão, o compromisso se afrouxou, as pessoas pararam de ler e meditar na Bíblia, o nível espiritual não melhorou e os crentes estão mais carnais. E, pior, já não há tantos dispostos a se entregarem para Jesus nos cultos assembleianos.
    É, Kenner, a realidade é sempre mais complexa do que parece.

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  6. Olá Daladier,
    obrigado por sua participação.

    A resposta da perda ou não de membros não está, creio, somente na questão da aceitação ou não dos "usos" e "costumes". Nunca achei que deixando de lado essas coisas as igrejas aumentariam ou melhorariam. Acho que esses sintomas por ti citados estão ou sempre estiveram na Igreja (talvez em escalas menores) independentemente dessa "liberação" que indicas. Penso que o grande problema tratado aqui é a opressão por meio da dogmatização dessas regrinhas culturais e temporais. E mais, se lêssemos bem o NT não seríamos legalistas, em nenhum nível.

    abraço
    `

    abraço

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  7. Olá Anônimo,
    obrigado por sua participação.

    É verdade, as diferenças são gritantes. No entanto, acho ser impossível uma universalização, pois cada Igreja local, ou melhor, campo regional tem uma forma de pensar o tema. Mas, se fossemos padronizar a todos à luz de Gálatas, por exemplo, com certeza não teríamos a presença dessas regrinhas tão bobas e fortes no imaginário do povo assembleiano.

    abraço

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  8. Olá Pb. Edinei,
    seja bem vindo ao Blog Kenner Terra.
    Vale mais, em muitos casos, a lei/regra do que o ser humano em si. Por isso tantos são jogados fora.
    Sobre os livros que citaste, li-os já nos primeiros meses de seminário em Pindamonhangaba, do qual saí dois anos e meio depois, quando reiniciei meus estudos teológicos. Naquela época já havia percebido o grande equívoco no qual algumas bleias estavam.

    abraço

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  9. Silas malafaia, foi um dos primeiros pastores a jogar fora o legalismo das ADs ( usos e costumes ) e veja agora a situação deploravel em que se encontra o homem : virou um herege ( profeta da "teoria" da prosperidade ). Ricardo Godim ( a qual um anõnimo deu referências para se ler um livro dele, é outro que encontra se pior do quer o Silas ) Deus é "legalista" ! Mulher não cortar o cabelo e o homem não ter o cabelo cumprido, é ordem dele ( e não do apóstolo paulo ) Ico 11:14,16. A mulher se vestir com honestidade, pudor (ter vergonha de mostrar sua sensualidade para o mundo )e modéstia (simplicidade )tb é uma proibição de Deus ITm 2:9. Não é uma "doutrina" das ADs ! A santidade tem que começar no espirito e atingir o corpo. Não é somente o coração que Deus quer ! I Ts 5:23. Hoje infelismente o espirito que mais tem baixado em muitas ADs, é o de JESABEL ! Pois o Espirito Santo, já foi embora faz é tempo ! O estatuto da igreja, não tem vida própria ( como alega o irmão e o condena ). O estatudo anda em corcordãncia com a bíblia ! E doutrina é : um conjunto de normas que regem uma instituição ! hoje em dia, Falar soubre a doutrina da santificação, não agrada aos libertinos ! Tenho orado pelo amado pastor Geraldo pinto,Oscar Moura pois sei que a pressão que eles sofrem, é muito grande, visto que ele estão rodeados de obreiros como vc, que quer a qualquer custo abrir as portas da igreja, para o mundanismo entrar ! Que Deus os revista de autoridade para dizer aos revoltados com o "legalismo", que peguem carta de mudança ! Qd as ADs abandonar o "legalismo", que vc tanto fala, ela deixa de ser, Assembleia de Deus ! E uma das razões pq estamos vendo tantos lideres em crise e escandalos é justamente esta : jogar fora a identidade das ADs, para que ela se torne mais uma como as outras ! Pb. Roberto Rocha

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  10. Olá Pb. Roberto,
    obrigado pelo teu comentário. Você tem o direito de expor tuas ideias. No entanto, acho que o irmão precisa dar uma lida nas cartas paulinas e na história da Assebleia de Deus. Farei aqui algumas refutações aos teus argumentos.

    1º a situação do Silas não tem nada a ver com o legalismo, pois as ideias de prosperidade por ele defendidas não surgiram por causa da negação dos “usos e costumes” como doutrinas. E mais, existem várias igrejas legalistas que também gostam do que ele fala.

    2º Sobre o Gondim, o irmão precisa rever a tua crítica, pois não sei bem se ele pode ser assim atacado.

    3º Sobre 1 Co 11 e os cabelos das mulheres, simplesmente te pergunto: você já leu esse texto à luz de seu tempo e do contexto da cidade de Corinto? Se ainda não o fez, busque fazer e depois me diga se realmente isso pode ser imposto hoje;

    4º modéstia e pudor não têm nada a ver com saia e cabelo. As exortações de 1 Tm e 1 Pd também não determinam quais seriam as roupas para isso. Posso estar de saia e sem pudor, como também com calça e estar bem mais decente. Sobre Jesabel, será que realmente sua condenação estava relacionada à pintura e coisas do tipo? Então por que temos o texto de Gn 24.48, no qual a mulher de Isaque é adornada com brincos e pulseiras? Olha o que Deus manda fazer na saída do Egito: “Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda, jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais porei sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios" (Ex 3.21-22). Leia o que Deus disse por meio de Ezequiel como sinal de ter abençoado o povo de Israel: “Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço". "Coloquei-te um pendente no nariz (ou testa)” (Ez 16,11-12).

    5ºo estatuto é antibíblico, pois condena e absorve à luz de leis humanas. Onde você encontrou na Bíblia sobre costeleta, ou que existem pecados graves ou gravíssimos? Outra coisa, doutrina é um conjunto de ensinos que se aplicam em qualquer tempo ou lugar; usos e costumes não!

    6º Deus não é legalista! Você está errado ao afirmar o contrário. Leia Gálatas e você ouvirá Paulo condenado a Lei e as práticas da Lei.O legalismo é condenado no NT. Leia Cl 2. 20-22: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: ‘Não toques, não proves, não manuseies?’ As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”.

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  11. Continuação...
    7º o que você quer dizer com libertinos? Não sou legalista, mas também não sou libertino. Sou casado, fiel à minha esposa, serei pai e prego a palavra, nunca fui condenado por ninguém na rua por qualquer coisa que me desabone... Pronto, não concordo com o legalismo e ao mesmo tempo não sou libertino.

    8º “abrir a porta para o mundanismo”? Mundanismo é a politicagem que atingiu nossa convenção. Você já participou de alguma? O legalismo é contra Rm, Gl, Ef, Cl e outros livros, por isso é antibíblico. Agora, se você acha que devo sair, penso que isso já mostra como o irmão não conhece nada da fé cristã. Aqueles que pensam diferente na comunidade devem ser abolidos? Retirados? Expulsos? O legalista diria que sim. E o diálogo? Isso não deve haver? E se eu e muitos das assembleias estivermos certos? Você fala de obediência, mas está sendo rebelde e atacando pastores que são líderes de tua convenção e que não aceitam os usos e costumes. Você teria coragem de chamá-los de mundanos? Eles não concordam com esses usos e costumes legalistas. Repito, você os chamaria de mundanos?

    9º A identidade da Assembleia que você fala em defender não começou com esses “rudimentos do mundo” (usos e costumes). Leia a história da Assembleia de Deus, especialmente a história das convenções. Leia a respeito da postura de Samuel Nistron em relação à imposição dos costumes sobre às irmãs, e verás qual era a posição de nossos pais. A história das convenções está registrada num livro publicado pela CPAD. Leia e saberás que essas coisas não estavam no início da Igreja.
    Irmão, perdoe-me, sei que o desejo é realmente eliminar os que falam a verdade. Os textos são claros, legalismo é contra o sacrifício de Cristo. Em Cristo morrem as regras mosaicas e humanas para santificação e salvação. Retornar à elas é negar o sacrifício de Cristo.

    Outra coisa, você deveria orar, por exemplo, para que nossa convenção deixe de aceitar e apoiar políticos corruptos; clamar a Deus para que acabe com a hipocrisia, pois uns são alvos das regras e punições, enquanto outros não recebem as mesmas punições.
    E para terminar, não sou contra as igrejas preservarem esses usos e costumes. Sou contra tratá-los como regras a serem obedecidas como sinônimo de santificação ou instrumento de punição para os que não as obedecem. Isso seria dar valor às regras humanas em detrimento às doutrinas bíblicas.

    Abraço fraternal em Cristo

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  12. RESP: 1°- Volto a afirmar: Ricardo godim, não é mas referência, para crente que quer morar no céu !
    2°- Sobre o texto de ICo 11:14,16; não poder ser mas aplicado nas igrejas de hj, que se rasgue o mesmo ! E se publique as cartas do irmão Kenner !
    3° - Modéstia e pudor, tem sim tudo a ver com a maneira da mulher se comportar e se vestir ! E vou mas além, serve para os homens tb. !
    4°- Deus é "legalista", no sentido em que vc ataca os usos e costumes, não na pratica da lei mosaica ! Paulo condena sim a lei, mas incentiva o uso dos bons costumes com em I Co 11:14,16 e I Tm 2:9. Isto não leva ninguém para o céu, pq não adinta vc se vestir decentemente e amar fervorosamente as novelas da globo,SBT,record...dar no mesmo ! A santidade tem que começar no espirito e nunca o inverso !
    5°- Essa identidade já existia nos primórdio das ADs, no Brasil ! Vejo isto pelas fotos que existem neste livro ! e além do mais, não havia essa falta de vergonha e sensualidade que há nos dias de hj. No passado as mulheres e os homens tinham respeito e pudor !
    6°- Sou contra o mundanismo, a politicagem,pastor se candidatar a cargos politicos e tb apoiar candidatos corruptos ! Uma coisa não tem nada haver com a outra ! São assuntos diferentes !
    7°- "Eliminar os que falam a verdade" ? Há uma controversia neste seu argumento ! Vc não estar com a verdade ! Vc fala o que a maioria hj gosta de ouvir, principalmente os jovens !
    8°- Qt a chamar os pastores que hj aboliram usos e costumes, de mundanos, chamo sim, sem medo ! E tem mais jamais congregarei em um igreja que siga os moldes deste mundo sujo ! Jamais me deixarei liderar por um mandano !
    9°- Eu não falei de "expulsar' os que pensam ao contrário, e sim para que os revoltados com o legalismo (usos e costumes), que peçam carta de mundança ! Assim como eu faria, caso reunisse em uma igreja em que Deus quer só o coração, e o corpo a gente pode entregar para o diabo tomar conta ! Pb. Roberto Rocha

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  13. Concordo com o artigo, e a exposição feita pelo Kenner; a Assembléia de Deus de alguns lugares ainda não entendeu que o foco do Cristianismo é o ser humano em si e não as roupas que ele veste. Estamos enfrentando uma crise comportamental na igreja. Enquanto uns olham para a roupa de outros, esses outros criticam o posicionamento desses que os criticam, e, em suma esqueçem de olhar para o cerne do cristianismo que são almas para o reino de Deus.
    É assim mesmo Kenner, esse trabalho de conscientização é de formiguinha... mais traz um importante resultado para o reino.
    Deus o Abençõe ricamente, você e sua família.
    Sérgio Augusto - Pancas

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  14. Olá Pb. Roberto,
    A paz de Cristo.

    Acho que você não entendeu bem minha resposta. 1 Co 11 não deve ser descartar, mas interpretado à luz de seu contexto. Como interpretamos, por exemplo, textos que falam de osculo santo. É uma questão de hermenêutica, ou seja, de não levar em consideração da aplicabilidade de um texto, e como fazê-lo. E mais, o irmão interpreta a Bíblia toda de maneira literal? Sem levar em consideração seu contexto histórico-social? Se assim o faz, saiba que você terá muitos problemas hermenêuticos. A respeito do texto de Gl, sim ele está discutindo com o legalismo mosaico (Torah), mas o principio é o mesmo: “condicionar qualquer coisa alcançada pela graça de Cristo à aceitação de regras legais é invalidar o sacrifício de Cristo”. O irmão não tendeu bem o que escrevi. Eu não disse que quero o mundanismo na Igreja, o que critiquei foi exatamente à transformação de detalhes inventados pelos homens em regras canônicas. Quem disse que bermuda, por exemplo, é imoral, ou calça? Você já leu o estatuto? Eu te convido a ler regra por regra e depois me falar sobre as bases bíblicas para cada coisa. Sim, precisamos de pudor, mas quem determina as roupas que são ou não pudicas? Ou seja, eu digo que saia é moral e bermuda é imoral e transformo isso em lei: “quem usa bermuda é mundano e quem usa saia está corretamente vestida”. Quem disse? Em que lugar temos base para isso? Isso é legalismo irmão, entenda! A falta de vergonha não está na calça ou na saia, mas no “como” se usam essas roupas. A promiscuidade não está na bermuda, mas como a usamos. O pior de tudo é exatamente transformar a saia ou a calça (homens) como modelo de pudor, e até excluir ou estigmatizar como mundanos os que não aceitam isso. Legalismo é exatamente isso, transformar detalhes banais em regras canônicas, ou seja, dignas de punição. Se eu tiro alguém da ceia por isso, estou dizendo que a pessoa não é digna de participar do corpo de Cristo por causa de uma regra estipulara por homens. Esse é o grande erro, pois está colocando regras humanas acima da graça de Cristo. Entendeu agora que isso é pecado, lembra que eu citei Cl 2,20-23?


    Sobre sua permanência ou não em uma igreja, permita-me perguntar: A Igreja deve se adequar ao teu modo de ver a fé? E se você estiver errado (como tenho certeza que está)?

    Falei sobre a Convenção e política porque exatamente isso é mundanismo. O irmão citou nossa convenção e a sua luta pela integridade moral da Igreja Assembléia por preservar os usos e costumes, e como todos sabemos a mesma convenção que luta pelo não “corte de cabelo” faz laços escusos com políticos condenados por corrupção. Então, uma coisa tem a ver com a outra, pois o mundanismo é isso e não o cortar o cabelo ou colocar ornamentos. Você leu os textos que citei na última reposta sobre as jóias no AT? Ou passou por cima e não deu crédito?

    Sobre a identidade da Assembleia, por favor, leia o texto do Pr. Samuel Nistron que te falei no livro que você olhou somente as fotos!

    Bom, cada texto que você citou precisa ser analisado, e isso não é possível aqui. Não teria problema nenhum em conversar contigo pessoalmente, cordialmente e como irmãos. Porque creio que esse tipo de questão não invalida nossa relação de irmãos e trabalhadores do Reino. E mais, creio que tanto a minha com a tua posição desejam simples e unicamente o benefício do corpo de Cristo, não é verdade?

    Em Cristo,
    Kenner

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  15. Olá Kamila e Serginho,
    que bom ter-vos aqui!

    Vocês falaram tudo! É trabalho de formiguinha... Espero que outras surjam para essa labuta.

    A paz de Cristo,
    Deus continue abençoando todos vocês

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  16. A Paz,

    Fui criada na Assembléia de Deus, me tornei membro, trabalho ativamente na igreja e na obra do Senhor, porém uma das coisas que mais me incomodam são os ditos "Santarrões" que infelizmente classificam o Cristianismo ao tradicionalismo humano. Sinto vergonha de dizer muitas vezes que faço parte de um meio em que as pessoas deveriam falar do amor de Cristo e ao invés disso “excluem” os que não seguem os padrões impostos por eles mesmos. Acredito que essas barreiras serão rompidas e todos começarão a pregar e viver o evangelho de Cristo da forma em que é ensinada a palavra do Senhor sem tirar nem por.
    Não estou aqui dizendo que sou contra as tradições das Assembléias de Deus de algumas localidades, inclusive a minha, mas creio que não deve ser imposto julgo de pecado sobre coisas criadas por homem como assim é feito. Até porque, infelizmente estes usos e costumes nas igrejas ditam “tradicionais”, funcionam somente para aqueles que não possuem conhecimento bíblico ou que não possuem nenhum tipo de influência seja ela econômica, política ou social, então acredito que os usos e costumes servem somente para diminuição do que realmente representa o reino e representa aquilo que Cristo abominava, a exclusão em todos os sentidos. Porque quando ELE se sacrificou lá na cruz não mencionou que seria feito para os de calça, ou para os de saia, simplesmente o fez para que todos tivessem direito a salvação e nossa obrigação é pregar este evangélho.
    Parabéns kenner, continue fazendo o seu trabalho porque conhecimento para isso possui, conheço e faço parte da juventude que é liderada por você e garanto a todos leitores que nunca em toda história da Assembléia de Deus de Aracruz o evangelho foi levado tão a sério por jovens que sentem a necessidade de expressar o Amor de Cristo tanto em palavras quanto em ações.
    Aos demais que acham que se escondendo atrás de um terno e uma gravata estão fazendo sua parte na obra do Senhor, comecem a ler mais a bíblia e a seguir verdadeiramente o evangelho de Cristo para fazerem a diferença na vida daqueles que realmente importam para o Senhor.

    Jaiane Loureiro.

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  17. Parabens muita gente estava precisando ler isso!!!
    Prende-se apenas a usos e costumes e esquecem o que realmente importa salvar almas..o mais triste e que acabam perdendo pessoas(assim como vc ) que realmente so querem ver o crescimento da obra de Deus.
    by D;

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  18. Olá Jaí,

    Obrigado por tua contribuição. Foste muito feliz nesta colocação: "Até porque, infelizmente estes usos costumes nas igrejas ditam ‘tradicionais’, funcionam somente para aqueles que não possuem conhecimento bíblico ou que não possuem nenhum tipo de influência seja ela econômica, política ou social (...)". Ou seja, esse sistema acaba gerando a injustiça disfarçada, a hipocrisia dissimulada e a revolta silenciosa dos menos influentes, que são os únicos punidos.

    abração
    Em Cristo

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  19. Olá D,

    acho que o grande problema seja realmente esse. Gasta-se muito tempo com preocupações periféricas, em detrimento à questões sérias da fé.

    abração

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  20. Ola Kenner gostei muito de seu comentário, pena alguns ainda continuarem com esse pensamento de que a santidade se encontra em nossas vestimentas...sendo ser algo muito mais...
    Mirinha

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  21. A maioria dos pastores evangélicos interpreta errado a Carta aos Gálatas. (Parte 1)
    Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade? Gálatas 4:16.
    Cansado, triste, chateado e desconsolado por causa do despreparo, da ignorância espiritual, ou até do farisaísmo da maioria dos pastores evangélicos, até dos mais famosos por todo o mundo, resolvi apontar seus crassos erros bíblicos, tais como “Jesus nos resgatou das maldições das leis”, onde por esse e por outros preceitos isolados ou não, por ignorância ou por pura conveniência doutrinária, atribuem as leis malditas citadas pelo apóstolo Paulo às leis do Decálogo do Senhor Deus, como se tal coisa fosse minimamente possível.
    Para quem se aplica a estudar a Carta aos Gálatas, dividida pelo homem em seis capítulos, vai notar que Está Escrito bem claramente que havia um grupo de Gálatas rebeldes à simplicidade do Evangelho, o da Graça e da Liberdade, da liberdade não das santas leis do Decálogo, pois isso está fora de questão porque está Escrito abaixo que Deus nunca muda em sua promulgações, mas das antigas leis escravas e retrógradas que, por isso mesmo, só duraram, só vigoraram até João (Batista).

    “...há alguns que vos inquietam...”. Gálatas 1:7

    “Eu quereria que fossem cortados aqueles que vos andam inquietando”. Gálatas 5:12).

    Esse grupo rebelde dos gálatas não se conformavam que as leis antigas, as de seus pais, das suas tradições, muitas vezes seculares, a partir de Jesus deixaram de existir na implantação da Nova Mensagem de Deus à Humanidade. Curiosamente, mesmo que não notado, isso caracterizou-se em mais um milagre grandioso de Jesus: Fez os judeus, em boa parte deles, abandonarem as ordenanças antigas, suas tradições antigas, suas leis antigas, enraigadas em suas almas, mesmo que algumas delas se caracterizassem como cargas pesadas - segundo o próprio Jesus, abaixo colocado - a favor da Religião da Graça, pois realmente foi difícil. Mas Está Escrito que tais leis, retrógradas, que escravizavam, que amaldiçoavam e que podiam matar dentro da lei, só vigoraram até João (Batista) Lucas 16:16.

    “Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los...”. Jesus, em Mateus 23:4, se opondo contra os fariseus e suas leis retrógradas, as mesmas condenadas pelo apóstolo Paulo.
    A Verdade, como provaremos abaixo, é que as leis do Decálogo formaram os fundamentos do Evangelho, como também foram promulgadas por Deus para a humanidade, pois Está Escrito que o Senhor não faz distinção entre pessoas ou raças. Mesmo que resumidas, as 10 leis regulam perfeitamente todas as relações entre os homens e Deus e entre eles próprios, pois se todos obedecessem a essas leis de Deus o mundo seria um paraíso na Terra. Não haveria roubos, assassinatos e outros crimes; não necessitaríamos de muros, de fechaduras, de polícia, de exércitos, de armas, etc. etc. Por isso, mostraremos, sob as Escrituras, que quando o apóstolo Paulo repudiava as leis, essas nada tinham a ver com as leis do Decálogo. Para os que teimam em não aceitar isso, para esses provaremos, aqui a agora, que as Leis do Monte Sinai são perpétuas e absolutamente “imexíveis”.
    Vamos, então, colocar aqui os preceitos da Carta aos Gálatas mais usados pela maioria dos pastores citados na tentativa de burlar as leis de Deus, por pura conveniência doutrinária ou pelo menos na tentativa inútil de anular uma só delas, pois essa se consolida como uma pedra bem pontiaguda no sapato deles todos. Vejamos a VERDADE DE DEUS, impossível de refutar dentro da honestidade. Vem bem ao caso uma declaração de Paulo a um grupo de gálatas que tentava que certas leis antigas e retrógradas que escravizavam continuassem a validade também no Evangelho:
    Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade? Gálatas 4:16.
    Para quem se aplica a estudar a Carta aos Gálatas, dividida pelo homem em seis capítulos - vai notar que Está Escrito bem claramente que havia um grupo de Gálatas Continue

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