sábado, 17 de setembro de 2011

1 Coríntios: pré-escrito e saudação (1, 1-9)


Depois de alguns dias sem postagens, continuo aqui a exposição à carta escrita por Paulo às comunidades cristãs em Corinto. Espero postar com mais frequência de agora em diante. Então, comecemos...        

Como é comum nas cartas da antiguidade, Paulo inicia identificando os remetentes (1.1). Este “irmão” não se sabe ao certo quem é. Em At 18, 12-17 aparece o nome Sosthénen como chefe da sinagoga em Corinto no tumultuado julgamento paulino naquela região, mas não sabemos e estamos falando da mesma pessoa. Se for o mesmo, Sóstenes se convertera e estava em Éfeso na ocasião da escrita da Carta. 

Como em Gálatas, Paulo começa defendendo seu apostolado: “Paulo chamado apóstolo de Cristo Jesus, por meio da vontade de Deus”. Esse início aparentemente mecânico e inofensivo serve como uma inicial afirmação de sua autoridade. 

O apóstolo descreve os destinatários de sua missiva como a “igreja de Deus”, que faz parte daqueles santificados em Cristo, ou seja, os separados para viverem a santificação na carta, essa santificação é discutida. A santidade está ligada ao invocar o nome do senhor Jesus, uma identificação coletiva com todos crentes em Cristo . Aqui os destinatários são os coríntios, mas colocados entre todos os demais do tempo de Paulo, que possuíam a mesma fé, dando ao seu argumento um caráter ecumênico e deixando claro aos destinatários que eles faziam parte de um grupo maior. Talvez, dessa forma, estivesse iniciando sua crítica a qualquer arrogância por parte dos espirituosos ou fortes dentro da comunidade (1,2).

Da saudação ele passa para "ação de graças" (1,4-9), como fez em outras cartas. Paulo dá graças a Deus pela graça (cháris) que receberam em Cristo, alegrando-se pela rica presença dos dons e conhecimento na comunidade (4-7). No entanto, como ele mesmo ouviu falar, o que era muito bom tornou-se em instrumento para problemas. Não lhes faltava nenhum dos dons (1,7), mas sim a capacidade de preservá-los e vivê-los em comunhão, para o benefício de todos. Precisamos entender que “ riqueza”, no verso 5, deve ser vista em termos de carisma e não econômica, porque entre eles não haviam muitos poderosos e nem de famílias nobres (1,26).

Ele termina essa saudação confiante de uma confirmação do bom procedimento dos irmãos em Corinto, como se acreditasse em uma futura e certa mudança em relação aos problemas detectados ( v.8), porque o Deus que os chamou é fiel! (v.9).