sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Pesquisador Descobre o Segundo mais Antigo Manuscrito Etíope encontrado na HMML

Imagem do microfilme EMML 9001




Tenho apresentado em alguns posts neste blog a importância da literatura pseudepígrafa, em especial 1 Enoque, para a exegese neotestamentária. Essa obra, que é uma junção de cinco livros (Livro dos Vigilantes, Livro Astronômico, Livros das parábolas, Livro dos Sonhos e Epístola de Enoque), foi preservada em sua totalidade pela Igreja Cristã Ortodoxa da Etiópia, em Ge’ez (etíope clássico). Os melhores e mais ricos microfilmes e coleções digitais nessa língua estão preservados no Hill Museum & Manuscript Library (HMML). Recentemente, Ted Erho, doutorando da Durham University, na Inglaterra, descobriu, depois de seis semanas de estudos na HMML, entre os manuscritos catalogados o segundo mais antigo do mundo em Ge’ez (o mais antigo é o Abba Garima Gospels), EMML 6977, contendo duas homilias, o livro de Jó e Daniel, anteriores ao ano 1270 E.c.

T. Ercho, também identificou o mais antigo codex em Ge'ez do Antigo Testamento, o EMML 9001. Nessa coleção da literatura veterotestamentária do cristianismo etíope, encontramos todo o Livro dos Jubileus, pseudepigrafo do Sec. II, confirmando as pesquisas que afirmavam sua canonicidade na Igreja Ortodoxa Etíope. Sua presença nesse manuscrito é agora a mais antiga cópia conhecida desse texto judaico, que é profundamente influenciado pelo Livro dos Vigilantes (1 Enoque 1-36) e aparece em vários manuscritos de Qumran.

Tais descobertas ajudarão nos estudos do etíope e nas pesquisas da literatura pseudepígrafa, tão importante para leitura do NT.

Para maiores informações sobre essas pesquisas basta entrar no Site da HMML (http://www.hmml.org/news10/emml_mss.htm) ou no Webblog de James R. Davila (http://paleojudaica.blogspot.com/).

4 comentários:

  1. Kharis kai eirene

    Mais uma importante descoberta para os estudiosos das obras que, por razões várias, ficaram fora dos cânones tradicionais.

    Lembremos, que os etíopes também se gloriam de serem portadores da "arca perdida".

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  2. Olá Pr. Esdras,
    sim, uma importante descoberta, especialmente para posteriores traduções de 1 Enoque, como também das versões etíopes do AT e NT. Agora, sobre a lendária presença da arca na Etiópia levada para lá pelo filho da Rainha de Sabá com Salomão... somente o arqueólogo Indiana Jones poderia nos ajudar.

    abraços

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  3. A versão etiope do Livro de Enoque é datada de que período?
    abs!
    Carlos

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  4. Gostaria de indicar a nova edição do Livro de Enoque em língua portuguesa, uma edição crítica traduzida do etíope pelo Prof. Ephraim Isaac e publicada por James H. Charlesworth
    https://www.facebook.com/livrodeenoque

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