sábado, 28 de julho de 2012

Sobre o Crescimento dos Evangélicos


        Segundo os dados do Senso de 2000, os evangélicos eram 15% da população brasileira, o que significava, na época, um crescimente significativo. Há pouco, o IBGE anunciou, com base nos dados de 2010, que o número de evangélicos aumentou, chegando à marca de 22% da população. Diante destas informações, talvez, rapidamente afirmemos: “estamos tendo sucesso na missão”. Sim, podemos afirmar que estamos crescendo, e este notório alargamento do número de membros é um bom sinal da nossa potencialidade. No entanto, o crescimento numérico em si não basta. Antes, precisamos crescer, também, em compreensão do que seja a nossa missão.
Nosso chamado é para sermos luz e sal da terra (Mt 5, 13-16). Ser sal e luz é sinalizar a presença do Reino de Deus, que já está entre nós (Lc 17,24). A sinalização pode acontecer em todas as influencias que pudermos exercer. Como questionou Ariovaldo Ramos em um de seus livros: “fico a pensar, que mudanças poderiam ocorrer na sociedade se, por exemplo, evangélicos advogados se reunissem para aperfeiçoar as leis do país; se evangélicos engenheiros se reunissem para propor o jeito do Reino de construir cidades; se evangélicos jornalistas se reunissem para discutir e propor um novo jeito de tratar a notícia; se evangélicos empresários se reunissem para celebrar um pacto de ética; se evangélicos economistas e tributaristas desenvolvessem um projeto de reforma tributária?”. Nesta lista poderíamos  acrecentar os grande proprietários de terra evangélicos pensando em formas para começarem uma justa distribuição de terras ou de alimentos produzidos, iniciadas por suas própriedades. De maneira geral, o que aconteceria se em cada oportunidade, no nosso dia a dia, sinalizassemos os valores do Reino?  
       Acredito que o grande desafio não seja somente acrescentar o número dos que se tornam membros, mas de levar em consideração, também, a missão de sinalizar na prática, iluminados pelo evangelho, o Reino de Deus.  

9 comentários:

  1. Caro Kenner,

    Paz e Bem!

    A melhor palavra para se referir a realidade sonhada por Ariovaldo Ramos, é UTOPIA. Sinceramente, é difícil sonhar com uma perspectiva comunitária, se a essência do movimento evangélico brasileiro é proprietária. Mas, sem dúvida, podemos animar-nos com pessoas que, cada dia, compreendem a urgência de viver o Evangelho aqui e agora.

    Um abraço,

    M.O.O.
    Rio de Janeiro, RJ.

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    1. Olá Marcelo,
      graça e paz.

      Pois é... Mas são as utopias que nos empurram. Como ventos fortes sopra-nos sempre para além. Elas arremessam-nos até à esperança... Se não sonhamos com o "outro lugar", nunca sairemos de onde estamos. Penso ser o Reino de Deus um pouco disso. Começa com utopias do carpinteiro; realiza-se em plenitude com o Kýrios!

      Grande abraço.

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  2. Kenner,

    Também considero as UTOPIAS necessárias. Não vivemos sem elas! Todas as transformações fundamentais foram a partir delas. Mas frustramos-nos e sofremos quando a realidade trágica assola-nos. E confesso que esta me dói e machuca a alma.

    Outro abraço,

    M.O.O.
    Rio de Janeiro, RJ.

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    1. Marcelo,

      também acho que a realidade seja desesperadora. No entanto, acredito que as pequenas transformações atingem à macroestrutura promovendo ajustes. Um sermão que pregamos, uma reunião que dirigimos, uma conversa em grupo temos etc. tudo isso é capaz de servir para transformações locais que poderão surtir efeito, com o tempo, na grande máquina. A questão é se estamos disponíveis para isso. Estive no último sábado num simpósio em uma grande igreja na Barra da Tijuca. Na mesa estávamos em três. No fim, fomos questionados se o que falamos – missão integral, compromisso político da igreja etc. – poderia sair do discurso e transformar-se em práticas. Respondi o que realmente creio: “se começarmos aqui, com vocês, com este tipo de discussão, com certeza, caso continuemos as reflexões e pequenas ações, com o tempo sentiremos os resultados”.

      Um grande abraço.

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  3. Saudades Kenner. O instituto nos deu a oportunidade das primeiras reflexoes e mesmo presos pelo regime tinhamos almas livres para sonhar e falar com quem realiza todos os sonhos que oferecem glória ao seu Nome. Antonio Toledo Neto

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    1. Meu amigo Antonio!

      Também sinto muitas saudades... No IBAD dei (demos) os primeiros passos, através dos quais conheci pessoas tão especiais como você. Desejo muito sucesso para ti e tua família nessas terras peruanas! Abração.

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  4. Caramba onde estão esses 22%...Estamos longe de sermos sal e luz pra nossa nação.

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  5. Onde estão esses 22%,estamos muito longe de sermos sal e luz pra essa nação.

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    1. Pois é... Onde estão? Talvez preocupados com coisas banais...

      abração

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