Em outros posts escrevi textos
homenageando e lamentando o falecimento de Milton Schwantes e Robson
Cavalcante. Estes, de maneira direta ou não, de alguma forma marcaram a minha
vida e de muitos de seus leitores, alunos e amigos – com o professor Milton, por
exemplo, relacionei-me tanto como aluno, amigo... Agora, volto a lamentar e dar
as devidas honras a outro mestre, o Pr. João Kolenda.
Ainda era um menino quando o conheci – não que hoje com meus poucos 30
anos seja velho. Havia acabado de entrar no mundo protestante (pentecostal).
Eram meus primeiros passos pelas duras trilhas do mundo teológico. Por isso,
sinto-me tão marcado pelas aulas do Pr. Kolenda. Na época, ele era para todos
nós um intelectual, que nos impressionava com sua erudição, especialmente
quando com humildade revelava-se profundo conhecedor da nossa língua e de
outras tais como grego e alemão. Além disso, era um sonhador e tinha no
evangelho o alimento de todas as suas expectativas e esperanças. Se não fosse
assim, nunca teria coragem de enfrentar o que enfrentou, ao lado de sua esposa,
a Pra. Ruth Dores Lemos, quando iniciou o IBAD (Instituto Bíblico das
Assembleias de Deus). Como isso impactava-nos!
Como é muito normal, depois de alguns anos, algumas ideias teológicas que
tinha quando fui seu aluno foram reformuladas; outras, deixei por completo.
No entanto, na memória ficam as lembranças dos primeiros passos nos
estudos acadêmicos e a admiração por aquele que desbravou, num contexto
obscurantista e preconceituoso, os estudos teológicos nas Assembleias de
Deus. Lembro-me muito bem das vezes quando nos contou sobre o início do
IBAD e as grandes oposições das quais foi alvo. Recordo-me muito claramente,
também, da sua experiência carismática vivida nos EUA, através da qual se
sentiu vocacionado para iniciar de maneira oficial um instituto bíblico para a
formação de obreiros/as e pastores/as em terras brasileiras, o que foi um
grande passo, na época, para educação teológica em nossas terras. Não somente
os ex-alunos ou os vinculados à denominação que serviu são gratos ao Pr.
Kolenda, mas todos quantos militam pelos estudos teológicos brasileiros e, sem
medo de exagerar, latino-americanos.
Concordo com o poeta brasileiro que diz ser estranho que os bons morrem
jovens. O grande problema é que mestres como Pr. Kolenda sempre serão jovens
demais para morrer. Contudo, sua vida nunca deixará de nos inspirar. As
lembranças coladas em nossa memória farão com que sua história nunca se perca.
E, por onde seus alunos (como eu) passarem deixarão rastros e indícios da
presença deste grande mestre, marido, pai, avô e pastor... sim, mais do que
qualquer coisa, pastor.
Agora ele se reencontrará com aquela que sempre amou e honrou...
Que Deus receba em seus braços de eterna ternura aquele dentre seus
filhos que nos foi tão importante!
É isso!
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